Porque há assuntos que não podem ser reduzidos a duas linhas, vou dividir este tema em 2 artigos.
Tem corrido muita tinta sobre se as unhas de gel provocam ou não cancro na pele. Não sou médica, e tudo o que aqui escrevo é baseado em mais de 15 anos de experiência nesta profissão que adoro, de muito estudo, de muita pesquisa, e de uma relação directa com fabricantes e alguns engenheiros químicos desta indústria.
Isto não é um assunto que aborde de ânimo leve!
Não sou fã de paragonas nem de títulos fantásticos cujo único sentido é atrair os nossos olhos para notícias, geralmente, e muitas das vezes, não fundamentadas ou não suportadas por estudos devidamente comprovados, escudando-se em chavões alarmantes como “atenção”, “dizem” ou “pode”.
Nos artigos que surgem sobre este tema, o aparecimento do cancro da pele (melanoma) é associado à exposição das mãos nos aparelhos usados para fotopolimerizar* o gel.
Como tal, e antes demais, tenho de vos explicar quais as tecnologias existentes hoje em dia, e como são usadas.
Sabem o que é o Gel?
A palavra “Gel” por si só leva a alguma confusão; na realidade descreve o produto para as unhas no seu estado físico, mas ao longo dos anos tornou-se no nome generalizado da categoria do produto.
É um produto químico homogéneo em que as suas moléculas**, os monómeros e os oligómeros, se mantêm num estado semilíquido/semi-sólido, pois ainda não está polimerizado.
O Gel é um sistema de pré-mistura de um componente pronto a aplicar nas unhas naturais, que cura sob luz ultra violeta.
O processo de polimerização do gel é iniciado por absorção de energia em forma de luz numa faixa especifica de comprimento de onda, convertendo-o num sólido. O iniciador deste processo é a luz UV.
Agora… o que é a luz UV?
Do latim Lux, a luz é uma energia electromagnética radiante, que pode ser captada pelo sentido da visão, com velocidade finita, que se propaga em linha recta.
A luz é categorizada por diferentes comprimentos de onda, representados num espectro eletromagnético de diferentes frequências.
Algumas são visíveis, podendo ser captadas pelo olho humano, mas no entanto, a maior parte delas é invisível aos nossos olhos.
Entre os 100nm e os 400 nm (nanómetros), temos a luz UV, que se divide em três tipos de acordo com o comprimento de onda: UVC, UVB e UVA.
Para polimerizar (“secar”) o gel, é necessária luz UV entre os 375nm e os 425nm .
Existem neste momento três tipos de luzes para fotopolimerização do gel: a UV CFL, o UV LED e o UV CCFL.
Sabem que existe uma diferença entre luz UV CFL, luz LED, e luz UV CCFL (utilizadas para polimerizar|curar o gel nas unhas)?
Mas primeiro as semelhanças!!!
São todas luzes dentro do espectro de luz UV (especificamente UV-A), que funcionam entre os 320nm e os 400nm.
As primeiras a surgir no mercado foram as lâmpadas de UV CFL (luz fluorescente compacta). Morosas, requerem entre 2mints a 3 mints para polimerizar o gel, e encontram-se num espectro entre os 340nm e 380 nm
Após alguns anos, aparecem no mercado as lâmpadas de luz LED, capazes de gerar uma luz mais intensa do que a tradicional luz UV CFL. Mais concentrada e rápida, polimeriza o verniz de gel em segundos (entre 30 a 45 segundos). Mas… com uma desvantagem! Ao funcionar num espectro de luz mais curto (entre os 365nm e os 405nm), que a luz UV CFL, apenas polimeriza o verniz de gel e alguns géis construtores de marcas específicas, deixando a maioria dos géis de construção à mercê da luz UV CFL.
Vivendo nós numa sociedade que quer tudo para ontem, e com os avanços tecnológicos a darem-se à velocidade da luz, aparece o CCFL (Cold Cathode Florescent Lamp)!
Tal qual como as luzes UV CFL, a luz CCFL gera luz através de uma descarga eléctrica gerada por um gás ionizado, dentro de uma lâmpada de vidro. Mais vantajosa que a luz de LED, pode curar tanto o verniz de gel como o gel de construção, pois a luz UV que gera encontra-se num espectro mais vasto, entre os 350nm e os 400nm.
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